The Maze Runner

Direção: Wes Ball

Elenco: Dylan O’Brien, Aml Ameen, Ki Hong Lee, Blake Cooper, Thomas Brodie-Sangster, Will Pouter e Kaya Scodelario

 

Está cada vez mais difícil analisar estes filmes baseados em romances principalmente os livros destinados ao público adolescente que viraram best sellers e que são escritos propositalmente para virarem filmes, na qual seus autores não têm a mínima vergonha de confirmarem essa condição.

E as coisas não são tão diferentes em The Mazer Runner – Correr ou Morrer (mais um subtítulo execrável) do escritor James Dashner, ao ponto dele afirmar que o filme “ficou muito próximo do livro”. Ele trata como se fosse uma característica necessária para tornar o longa algo apreciável e, por consequência, nenhuma qualidade ou defeito seria atribuído diretamente ao livro.

Iniciado de maneira direta, nos deparamos com o protagonista Thomas (O’Brien) sendo direcionado através elevador para um acampamento povoado por outros  adolescentes que, assim como ele, não fazem ideia de como e por que estão ali.  Em um cenário que mistura garotos perdidos dos contos de Peter Pan com uma pitada de Lost, constatamos uma pequena sociedade rústica de auto-subsistência, formada exclusivamente por meninos, porém é excepcionada com a inclusão da personagem Teresa (Scodelario), que servirá apenas para inserir o conflito sexual naquele grupo, todavia, ela foi pouco explorada (tanto para o bem, quanto para o mal).

Como toda obra voltada ao público adolescente, as metáforas que envolvem amadurecimento dilemas e passagem para o mundo adulto são claras. No caso de Mazer Runner a passagem é representada pelo complexo de labirinto – que muda de forma todo dia –, em que todos os seus perigos ali presentes são representados pela criatura conhecida como Verdugo, que possui a aparência mecânica de um aracnídeo. A cada tentativa frustrada ao passar pelo gigantesco complexo de corredores, os jovens enfrentam as dores da perda.

O diretor estreante Wes Ball não chega a comprometer visualmente o filme e a sua conduçãoprincipalmente ao apresentar cenas interessantes dentro do labirinto. Quanto ao elenco adolescente – apesar de todos os estereótipos – não chega a comprometer, ressalvando um ou outro momento em decorrência do ao excesso).Inclusive destacamos o desempenho dos atores Hong Lee e Sangster que tornaram mais convincente os personagens Minho e Newt em suas cenas.

The Mazer Runner peca principalmente por ser algo complemente comum dentro do gênero, em que não há nada de novo em sua narrativa. Ademais, o roteiro baseado no livro – “baseado” seria uma maneira menos ofensiva, uma vez que o próprio autor contribuiu com o roteiro – contém cenas de flashback que não causam nenhum impacto, servindo para ratificar algo mais do que o previsível, além das explicações para o cenário apocalíptico – algumas até bem concebidas –,porém são superficiais.

Em suma, The Mazer Runner segue a formula banal e repleto de clichês, deixando bem claro que ainda vem mais por aí (impossível ser mais previsível).O pior que isso não é responsabilidade exclusiva de seus realizadores que fornecem um produto merecedor de atenção, mas sim que depende apenas da boa vontade dos telespectadores.

Cotação 3/5