Dublagens-Parte 3

Nesta última parte do artigo menciono outra questão recorrente apontada pelos “dublófilos” relaciona-se ao fato dos cinemas exibirem as obras legendadas e com o som original, excluindo socialmente os deficientes visuais e as pessoas com dificuldade de leitura. Bem, não seria o caso de dificuldade de leitura, uma vez que essas pessoas estão inseridas nos artigos anteriores publicado acerca do tema (falta do hábito de leitura), mas sim pessoas com problemas na alfabetização.

Desta forma, de acordo com a lógica de que os filmes dublados existirem para atender determinado público, então se pode concluir, portanto, que mais de 90% das pessoas vão ao cinema hoje para assistirem os filmes dublados possuem um dos dois déficits. Não?

O Cinema é uma linguagem áudio visual, portanto a solução para quem possui algum grau de deficiência visual é o sistema de autodescrição e não da dublagem. E para aqueles que possuem algum problema na alfabetização – que inclusive possuem o direito de ir ao cinema, como todos nós – podemos concluir que elas não têm o hábito de frequentar o cinema e, por consequência, nada justificaria as salas ocuparem a sua programação quase que por completo com filmes dublados. Mesmo tendo o hábito de assistir aos filmes no cinema, a solução seria a disponibilização de uma sessão, o que seria suficiente para a demanda ficar satisfeita.

Ainda não conheci alguém com problemas de alfabetização e ter esse hábito de frequentar o cinema. Isso envolve questões sociais e financeiras, pela qual esta arte não é o seu objetivo cultural. Neste aspecto, alguém poderia questionar se esse meu posicionamento não seria preconceituoso ao ponto de impedir que essa pessoa assista determinado filme. Todavia, a TV a cabo é amplamente difundida em todos os meios sociais, disponibilizando vários filmes – incluindo aqueles que acabaram de sair de cartaz – com a opção de dublagem tal como a opção do DVD. Ademais, como já exposto, a possibilidade dos cinemas disponibilizarem uma sessão como inclusão social. Por tais motivos, nada justificaria o absurdo domínio das cópias dubladas em nossos cinemas.

Já me questionaram se sou a favor de que as sessões sejam distribuídas entre dubladas e legendadas e defendo o meu posicionamento contrário a esta ideia. Por mais que as sessões sejam divididas, o que de certa forma me favoreceria, porquanto que terei a oportunidade de assistir ao filme fiel ao original, por outro lado – como um cinéfilo – ficaria muito incomodado em saber que na sala ao lado há o desrespeito e a mutilação em decorrência da dublagem. Enfim ...

Ao equiparar duas coisas que são naturalmente iguais é uma coisa. Todavia, desequilibrar duas coisas distintas e pender para o pior é errado. A exceção – como já expus anteriormente – seria exclusivamente para as animações, porquanto que as crianças estão no processo de alfabetização.

As distribuidoras e redes de cinemas justificam que o público pede por filmes dublados – por mais que nunca tenham perguntado a minha opinião –, além do crescimento das classes menos favorecidas preferirem essa modalidade. Contudo, estamos falando de dublagem e não do preço do ingresso! Sendo que a maioria destas pessoas são alfabetizadas e conseguem compreender as legendas. Portanto, ratifico meu posicionamento que isso reflete a ausência do hábito de leitura e preguiça intelectual.

Portanto diga não a dublagem nos cinemas. A sétima arte agradece.