Muitos atores que viram em suas carreiras uma “limitação” para sua criatividade e se arriscaram também por trás das câmeras alcançaram sucesso e prestígio ainda maior que atuando. Entretanto, como tudo na vida, há exceções às regras e na mesma proporção de sucessos também tiveram fracassos no cinema.

Abaixo uma lista de 10 atores que se tornaram estrelas também atrás das câmeras :

Clint Eastwood

O grande ator (e diretor) estatisticamente falando talvez seja o mais bem sucedido da lista. Clint Eastwood ficou famoso nos filmes de faroeste dirigido por Sergio Leone, e ao dirigir em 1992 “Os Imperdoáveis”, o ator parece ter aprendido tudo que pode com o mestre Italiano influenciador de Quentin Tarantino. Ao vermos “Os Imperdoáveis”, todos os itens que tornaram os filmes de Leone em clássicos estão lá: Grandes planos, closes extremos, violência nos duelos e ironia nos diálogos etc. Tanto a influência de Leone que Clint Eastwood nos créditos do longa de 92 dedicou o filme ao seu mestre.

A carreira de Clint Eastwood como diretor começou ainda nos anos 70 com “Perversa Paixão (1971). Entretanto o ator não parou por aí, se mantendo ativo durante todo este tempo com filmes como “Bronco Billy” (1980), “Bird”(1988) e tantos outros.

O diretor durante seus quase 40 anos na direção ganhou muitos prêmios e elogios, principalmente dos anos 2000 para cá, como por exemplo: “A Menina de Ouro” (2004), “Cartas de Iwo Jima” (2006) e “Sobre Meninos e Lobos” (2004). Também dirigiu os bons "Cowboys do Espaço" (2000), "As pontes de Madson" (1995) e " A troca” (2006). O último filme foi o polêmico “Sniper Americano” (2014)

Robert Redford

Um dos maiores galãs do cinema e astro dos anos 70 começou a carreira de diretor depois de alcançar a fama com clássicos como “Golpe de Mestre”, “ Butch Cassidy” e “ Todos os homens do Presidente”. A estreia foi com outro clássico “Gente como a Gente”, cujo drama lhe rendeu nada mais que o Oscar de direção em 1981; depois o ator ainda dirigiu bons filmes como “Quiz Show” em 1994 e “Sem proteção” em 2012.

Warren Beatty

Outro dos mais belos atores de Hollywood, estrela de clássicos como “Clamor do Sexo” (1961) e “Bonnie&Clayde” (1967) - filme que abriu as portas para a “Nova Hollywood” – estreou na direção em 1978 com “O Céu pode esperar” (dividindo a direção com Buck Henry). Assim em 1982 ganhou sozinho o Oscar pela direção de “Reds” um filme político envolvendo a ideologia da revolução comunista para os Estados Unidos – mais polemico impossível. Ele ainda dirigiu o divertido “Dick Tracy” em 1990 que ganhou Oscar por maquiagem e canção (interpretada pela namorada da época, Madonna).

George Clooney

O ator “equivalente” ao que seria Robert Redford nos dias atuais, começou sua politizada e respeitada carreira de diretor com o filme “Boa noite e Boa Sorte” que ia fundo na ferida ao falar dos tempos do “Macartismo” na indústria cinematográfica e politica americana. O astro ainda dirigiu filmes razoáveis como “O amor não tem regras” (2008) e “Caçadores de Obras Primas” (2014) e o ótimo “Tudo pelo poder” (2011) que desmarcara os bastidores das eleições americanas.

Mel Gibson

O astro de ação dos anos 80 e eterno Mad Max começou sua polemica carreira na direção com o drama “O homem sem face” (1993). Entretanto somente no filme seguinte, no épico escocês “Coração Valente” (1995), que ele alcançou o reconhecimento angariando nada mais que 5 Oscars ( inclusive de melhor diretor). Com muita polêmica religiosa (e desnecessária) ele ainda filmou o sangrento “Paixão de Cristo” (2004) e o mediando “Apocalypto” em 2006.

Kevin Costner

O astro dos anos 90 estreou na direção em 1990 com “Dança com lobos” levando para casa nada mais que 7 Oscars , e assim como Mel Gibson, Warren Beatty e Robert Redford levou a estatueta para casa como diretor logo de cara . Ele ainda estrelou “Robin Hood” (1991) e “JFK” de Oliver Stone e o malfadado “Waterworld” (1995), - filme criticado até hoje. As brigas com seu amigo Kevin Reynolds (diretor do filme de 95) ajudaram ainda mais afundar literalmente o longa e sua carreira - que demorou anos para se levantar. Kevin Costner ainda dirigiu o drama apocalíptico “O Mensageiro” (1997) e “Pacto de Justiça” que não foram bem aceitos pela critica e público.

Ben Affleck

Vencedor do Oscar pelo roteiro de “Gênio Indomável” (1997) junto com seu amigo Matt Damon, Affleck não se tornou um artista reconhecido pelos seus dotes como ator – vide as tragédias “Armagedon” e “ Pearl Harbor”. Entretanto por trás das câmeras, ele conseguiu demonstrar um talento que muitos desconfiavam que pudesse ter. Dirigindo filmes tensos como “Medo da Verdade” (2007) e “Atração Perigosa” (2010), o diretor/ator tornou-se reconhecido e respeitado de vez com o ótimo “Argo” que acabou ganhando o Oscar de melhor filme em 2013.

Dennis Hopper

O ator de clássicos como “Apocalipse Now” (1979) e Juventude Transviada, fez em sua estreia na direção de um filme em 1969. O filme em questão foi uma produção amadora, desacreditada pelos próprios realizadores, mas que como um passe de mágica , se transformou no símbolo maior de uma geração que mudou para sempre Hollywood. “Sem destino” (1969) tornou-se o ícone maior da contracultura americana, um grito de liberdade para os jovens (alguns deles viriam a criar a nova Hollywood) que viam naqueles motoqueiros o espírito livre americano (“Born to  be Wild”).

Charles Chaplin

Talvez o mais icônico e metalinguístico dos diretores, uma vez que sua própria figura se confunde com seu personagem. Dirigindo e atuando em clássicos eternos do cinema como “Luzes da Ribalta”, “O garoto”, “O Grande Ditador”, “Tempos Modernos” e “Luzes da Cidade”, Charles Chaplin elevou a máxima potencia a arte como cinema. Entretanto jamais ganhou um Oscar pelos seus filmes (apenas dois Oscars honorários em 1929 e 1973) - Azar do Oscar!

Silvester Stallone

Talves muitos não saibam, mas Stallone se arrisca a mais tempo na direção que se possa imaginar. Depois de roteirizar e ganhar o Oscar por “Rocky” (1974), o ator dirigiu o pouco visto “Taberna do Inferno" (1978) e depois assumiu de vez a franquia de Rock, dirigindo “Rocky II” (1979), “Rock III” (1982) e “Rocky IV” (1985). Os três filmes apesar de coerentes em seus contextos, não são bons exemplos de boa direção, principalmente “Rocky IV” onde o diretor tornou o filme em uma propaganda americana sem qualquer sutileza - sutileza esta que obviamente faltou ao dirigir “Os embalos de sábado continuam” (1983).

Mas em 2006 o diretor surpreendeu ao fazer um autorretrato com o ótimo “Rocky Balboa”, que se tornou o melhor filme da saga depois do primeiro longa – em compensação novamente errou com “Rambo IV” e “Os Mercenários”. Bem, tentar é algo que ele nunca deixa de fazer.